Dia de Louis Vuitton é dia de sair correndo, porque o Marc Jacobs faz questão de não atrasar o desfile. Dez horas em ponto (hora local de Paris) subiu o pano que cobria o espaço circular, revelando um carrossel branco. Cada cavalinho, uma modelo. Dali, elas saíam, andavam em volta e saíam para os camarins - que sorte, do lado da ala dos brasileiros, no setor F! Quem faz celebridades, estava feliz, fotografando Kate Moss & cia.
Na moda: flores! Flores! Aplicadas, com cristais nos miolos. O desenho é de uma margarida ou similar, de pétalas longas e vazadas. O mesmo desenho, em visuais rendados, com golinhas curtas. O colorido, doce. Azulzinho, verdinho, amarelinho, muito branco, nada muito definido, as cores de cada look vão em degradês do branco à cor. De vez em quando, um look mais escuro - não garanto se preto ou marinho, a luz da sala engana.
Já que é LV, temos que falar das bolsas. As novidades me lembraram antigas bolsas-sacolas da Melissa, aquelas gradeadas. A versão LV é metalizada, prata velha em geral. Vai ver, são de puro couro recortado a laser, de pele de sei lá que bicho. Seja o que for, no desfile, de longe, sem uma lente tele, pareciam de plástico injetado. Com cara de verão, mas pouco jeito de agradar a quem coleciona as lindas bolsas com logos.
A forma geral: vestidos retos, cortados em faixas horizontais, muitos com sobreposições de transparências, cobertos de flores - só na frente. Outro shape, dos conjuntos de saias armadas, de pala nos quadris e vestes curtas, de mangas 7/8. Estilo Chique, madame mas moderno. Uma senhora antenada usaria um casaquinho curto e reto, aberto nas costas, fechado por apenas um botão. O estranho é a transformação do corpo, porque fora os tubos com flores aplicadas, a maior parte dos looks dá uma impressão de gravidez. Pela forma, que dá uma postura e uma barriguinha falsa.
Impressionante: em menos de 10 minutos, acabou. O carrossel rodou, os cavalinhos subiram e desceram, as modelos circularam e Marc Jacobs apareceu rápido para as palmas, de calça e camisa em off-white e marfim. Competente, como o show. Até agora, não está confirmada a ida dele para Dior. Este desfile da Vuitton pode ser uma prévia do espetáculo e da riqueza das roupas que poderão ser feitas, se ele mudar de grife.
Minha impressão é que Jacobs tem o olhar mais jovem, que rejuvenesceu e deu prestígio à Louis Vuitton. Vai fazer falta na marca das bolsas cobiçadas. E Dior pode admitir um estilo mais maduro, classicão, assinado por algum designer que domine técnicas de ateliê, mais do que jovialidades.
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